Monday, November 3, 2008

Dicas e truques caseiros

Mulherada da família
Pensando bem, aprendi muita coisa com a “mulherada” de casa. São apenas alguns truques simples e antigos que funcionam até hoje, aliás ainda recebo dicas até hoje mesmo.
Na casa de uma das minhas avós enquanto jogavam cartas observava que espertamente colocavam um cobertor na mesa para jogar e, assim, as cartas não escorregavam. Todos gostavam e ainda gostam de jogar buraco ou pôquer. Ah minha avó também gostava de jogar tranca.

-Vendo aprendi a lavar a cuba da pia, do tanque e revestimentos brancos com sapólio e água quente, para não encardir.
-A colocar um pano de prato seco e limpo entre a panela e a tampa depois do arroz pronto pra não empapar. Eu juro que dá certo. Hoje usam papel absorvente para cozinha.

Vejam com fica soltinho
Minha avó do lado paterno me ensinou a escolher batatas, fazer caldo verde e comprar bacalhau. Essas dicas merecem um post a parte ok!
Aprendi vendo ainda:
-Na hora de descascar legumes ou frutas diziam sempre: a vitamina está na casca. É fato.
-Com elas aprendi que coisa boa se compra na feira. Mas eu não tenho tempo de ir.
-Colocar um pedaço de carvão na geladeira elimina os odores internos e absorve o excesso de umidade.
-Sempre tiravam a gordura das carnes antes de preparar. A gordura da carne vermelha e a pele das aves devem ser retiradas porque, se metabolizadas, são transformadas em colesterol.
-Para equilibrar os nutrientes do organismo uma vez por semana é bom comer alguma verdura crua tipo cenoura, beterraba ou pepino.
-Para que as “pás” do liquidificador voltem a ficar afiadas, basta bater casacas de ovo cru.
-Caso o feijão tenha ficado um pouco salgado, aprendi a adicionar algumas folhas de couve. Além de absorver o excesso de sal, dá um bom sabor ao feijão.
-As folhas dos brócolis podem ser utilizadas em sopas e ensopados e até picadinhas no refogado do arroz de cada dia.
-Há ainda uma receita caseira que aprendi com a nossa passadeira Maria José: Junte um copo americano de amaciante, outro de álcool e complete o aplicador com água. Agite bem. A receita foi testada e aprovada.
-Com todas elas aprendi a não desperdiçar nada. Não que eu tenha aprendido tão bem quanto elas, que já naqueles tempos usavam a água que tinham passado na máquina de lavar, ou do enxágüe do tanque para lavar o quintal, a cozinha e outras áreas.
-Não existia “tapuér” usavam potinhos de margarina vazios para guardar restinhos de alimentos na geladeira. Todas eram super ecologicamente corretas, desde há meio século.
-Minha avó me ensinou a gostar do cheiro de rosas e de mamão. Ela sempre comprava rosas na feira e comia mamão todo dia, o que a deixava com o cheiro da fruta.

E eu continuo me lembrando de tudo, são pequenas coisas que hoje continuo fazendo quase involuntário. Da minha parte repassei para meus filhos, elas para as minhas primas, netos e bisnetos e em todo mundo que veio depois. Agora divido com vocês.
Ensinaram-me a ser uma pessoa boa, decente. Eu tento.
Yvone Pereira

Coisinhas de Antigamente


Eu me interessei pelo artesanato desde menina, na minha infância era comum a mulher costurar em casa. Eu via minha avó minha mãe e tias costurando naquela máquina Singer de pedal, ficava lá pedalando e do outro lado da agulha saíam coisas incríveis; - vestidinhos para as crianças, cortinas para a casa, colchas de retalhos. Eu tenho uma delas até hoje, era da minha mãe.
Hoje, quando me lembro dessas coisas fico imaginando o que saiu de cada um daqueles retalhos; o pedaço de brim deve ter sido uma calça jeans que virou bermuda; o barrado rosa pode ter feito um vestido para minha irmã; o tecido estampado miudinho podia ter sido uma saia, depois uma capa de almofada para o sofá sempre velho e surrado. Todos os pedacinhos de histórias que minha mãe não se lembra mais. Mas não tem problema porque eu me lembro de muita coisa.

Minha avó tinha mais paciência que a mamãe e me explicava: "olha só, eu ponho a linha aqui e passo aqui, tá vendo? Agora vou por o pé aqui embaixo... viu? Já tá costurando! E a máquina começava a fazer nhok nhok nhok e ia saindo coisas incríveis; tinha um cheiro de óleo misturado com pano.
A máquina, além de ser fascinante aos meus olhos infantis, ainda guardava um monte de segredos. Isto porque a mesa onde ela se punha (fechada servia como mesa) tinha um monte de gavetinhas; quem tem máquina antiga em casa deve saber. Cada gavetinha era um universo de botões e carretéis que minha avó me deixava desbravar contente.
Eu abria e ficava ali sentindo aquele cheiro de guardado, me admirando com as linhas mescladas, colchetes e alfinetes separando os botõezinhos por cor e tamanho. Tinha linhas de todas as cores, pedacinhos de retalhos, sianinhas coloridas...

Todas estas memórias me ocorreram há cerca de um mês, quando topei com a máquina de costura da minha avó. Abri as gavetinhas e os carretéis ainda estavam ali, assim como aquele cheiro característico deles. A máquina de costura dela veio para minha casa.
Agora ela fica exibida segurando a porta para não bater


Os pés viraram suporte para uma mala antiga que serve para guardar toalhas de mesa
Comecei a fazer minhas primeiras tentativas artesanais já na adolescência, mas não vendia, apenas fazia para mim, para a família ou amigas. Estava sempre inventando uma moda, “costumizando” como se diz hoje.
Mas meu inicio pra valer mesmo foi com o tricô e bem interessante. Um dia eu conto.
Depois disso... Bom depois disso entre uma maternidade e outra, entre mil atividades fora e dentro de casa, nunca mais parei de criar...
E por mais que eu confesse ter buscado inspiração em outras grandes mulheres da história universal, foi e ainda o é de dentro de casa que tirei meus exemplos e meus valores mais preciosos.
Por isso, aproveito este momento de doces lembranças e peço licença para apresentar alguns dos trabalhos de mamãe que além de lindos são sempre bem vindos e possíveis em qualquer casa de respeito.

Manta para enfeitar sofás e poltronas de croche e fuxico - By Zélia