Thursday, January 21, 2010

Eu hoje acordei assim


Peço licencinha para meus leitores, mas hoje quero protestar - A água pede passagem!!!
Eu me lembro do tempo em que a maioria das ruas de São Paulo era pavimentada com paralelepípedo.

A rua em que meus avós moravam era uma delas. Claro que havia muitas ruas de terra na São Paulo de então. Asfalto só mesmo nas grandes avenidas e rodovias.

Os políticos do passado e os atuais mandam afastar todas as ruas, pois isso lhes garante votos e dinheiro de propinas (obras) e a própria população se vangloria de morar em uma rua asfaltada.
Para acontecer uma enchente na cidade era preciso muita chuva, mas muita mesmo. Hoje, morrem nela. Tenho visto gente que morre dentro do seu carro, por afogamento.

foto de ontem

A água que desce do céu não é mais absorvida pela terra, pois não existe mais terra, só asfalto, e a continuar assim logo mais também não existirá mais Terra.

E as árvores alguém tem reparado no estado que andam?

Nessa mesma rua caminhando devagar e tentando lembrar como era fico triste em ver uma aqui, outra ali, depenadas (o termo certo é desfolhadas) troncos rachados, descascados e o pior de tudo raízes totalmente fechadas por concreto.

Com a modernidade, tivemos a urbanização nas cidades, e isso não acontece apenas em São Paulo, onde é tudo asfaltado, e as pessoas parecem ter medo ou nojo de terra, seja por causa do pó ou do barro, das formigas, bicho-do-pé, minhocas, vermes, enfim, essas coisas que vivem na terra. Aí decorre o fenômeno da imbecilidade que os jardineiros, planejadores paisagísticos, e até agrônomos urbanos, praticam com desenvoltura e plena ignorância, como podemos ver na foto.

Troncos de árvores com cimento em volta, no máximo uns 20 cm de cada lado do tronco para “poder entrar água”. A árvore que se vire com o tiquinho de água que pode entrar por ali.
Essa desabou na Vila Madalena
A água passa e a árvore deve ficar se perguntando: cadê aquele montão de água que passou por aqui agora mesmo?

Não penetrou na terra, não saciou a sede da árvore e nem formou lençol freático, simplesmente se foi. Com muita pressa...
Querem ver mais uma: Em menos de 24 horas os politicos de hoje conseguiram fazer um estrago a s s u s t a d o r e irrepáravel - Tudo isso para, segundo nosso governador aliviar o trânsito (e não solucionar nada)

Carros hoje são tão importantes a ponto de cometerem atrocidades como mostra esse registro abaixo -
ABRAM O LINK É SÓ UM MINUTO
A cidade ainda é o maior pólo industrial e cultural do país, disso não há a menor dúvida, mas ver todos os dias as mesmas imagens está cansando. Talvez fosse interessante não se tapar mais os buracos da cidade e deixar que as águas da chuva formem poços ao invés de poças.
Se gasta muito dinheiro com propaganda política, com licitações ilícitas, com obras faraônicas que vão não se sabe para onde, se é que vão para algum lugar.

Infelizmente não é só em São Paulo que coisas como essas acontecem; Brasil inteiro tem sofrido toda sorte de calamidades, e calamidade já é mais um estado brasileiro que não tem capital e vale aí o duplo sentido da frase.
A nós resta torcer para que as chuvas caiam nas áreas onde estão as represas responsáveis para o abastecimento de água e de energia, e talvez seja importante ir separando um dinheirinho para comprar galochas.

ou quem sabe um bote; que tal esse?

- Abaixo o asfalto! Só deveria ser permitido nas grandes avenidas. Nas ruas intermediárias retomemos o bom e velho paralelepípedo, que permite infiltração da água no subsolo. Em volta das árvores, se necessário também: paralelepípedos, com 2 a 3 metros em volta do tronco.

- Abaixo as caixas de cimento murando! os troncos de árvores nas calçadas, deveria ter no mínimo 1,5 metros de distância e não 20 ou 30 cm. E nesse espaço poderiam ser colocados paralelepípedos, e não cimento.

Eu protesto